28 de maio de 2011

Novo tipo de adubação: Aminomix

          Seguindo o conselho do já amigo Luciano Benyakob, começo um novo ciclo de adubação em minhas árvores!!
          Acrescento agora o Aminomix, rico em vitaminas e com bastante micronutriente, e o pulo do gato desse produto é a capacidade em fazer com que a planta assimile maior quantidade de nitrogênio tão importante na fase de desenvolvimento da planta e contrução do bonsai.
          O nitrogênio é responsável pela parte verde da planta - as folhas.
          Nesse produto novo, pelo menos pra mim, vou começar como indicado no fórum do Luciano com uma adubação mensal administrando 1/2 colher de chá em 3 litros de água por pulverização via foliar, inclusive embaixo das folhas, onde a presença de estômatos é maior.
          Vale lembrar que por ser praticamente uma bomba de nutrientes as brotações virão intensas e com folhas maiores...
          Por isso a indicação é na aceleração do crescimento das plantas, para bonsai em formação.
          Esse procedimento via foliar é indicado fazer bem cedinho de manhã antes do sol nascer ou a tardinha depois do sol se pôr, assim como os demais, ou podendo ser feita na mesma dosagem no substrato, ressaltando que dessa forma a assimilação do nutriente é mais lenta, uma vez que nas folhas, ele é assimilado mais rápido.

É esperar para ver!!
Forte abraço,

Leonardo Couto

18 de maio de 2011

Madeira morta em Palmatum

          Hoje realizei o trabalho de madeira morta em meu palmatum.
          Transformei duas grandes feridas em um único grande uro, com sinais de envelhecimento e que deu bastante caráter à árvore.
          Como foi minha primeira vez nesse tipo de trabalho, fui aprendendo ao passo da realização, e acredito ter ficado bastante satisfatória para um primeiro contato com esse tipo de ténica.
          Utilizei a microretífica, fui testando diversas ponteiras, aliás, até quebrei um disquinho, o que não causou nenhum dano físico a mim, pois, estava utilizando os óculos para esse tipo de trabalho como EPI.
          Seguindo minha linha de raciocínio, fui escarificando, criando sulcos na madeira morta para que ficasse o mais natural e assimétrico possível. 
          Antes de aplicar a calda queimei um pouco da madeira e misturei um pouco de cinzas de madeira à calda para dar esse tom acinzentado e trazer mais naturalidade. De cara não gostei muito da cor, mas conforme os dias forem passando, ela vai tornando-se mais suave e menos marcante, harmonizando com o restante.
          Mas de verdade, esse trabalho me trouxe imensa satisfação, pude perceber que sou capaz, e o tempo irá me lapidando assim como a natureza faz com as árvores.
Estou muito feliz!!!

Madeira logo após poda de galho desnecessário na parte superior

Madeira já trabalhada com aplicação de calda ainda molhada
Vista de baixo pra cima da madeira morta. Essa parte vazada ainda precisa de um pouco mais de trabalho para tirar esse aspecto cilíndrico e nada natural


Já com a calda mais seca e mais harmônico com o restante



          Alguns ajustes ainda são necessários, como a parte que vaza o tronco pra cima e um "calombo" bem na base do uro no lado esquerdo como mostra a foto a cima, ali ainda pretendo dar mais uma trabalhada para remover essa calosidade e ocar um pouco mais. Mas como temos que ter paciência, acho que para um primeiro momento já trabalhei bem, e acredito que suavisei bem o aspecto do tronco dessa árvore que não tinha nenhuma expressão.
          Aos poucos, ela vai sendo lapidada...

Fiquem à vontade para comentar!!

Abraços,
Leonardo Couto

15 de maio de 2011

Aprendizado...

Já se encontra disponível no blog novo post com atualizalção da planta. Clique aqui.


Amigos, agora venho compartilhar com vocês um aprendizado que tive com uma duranta.

          Eu havia desfolhado para aramar toda a planta, mas se experientes quebram os galhos na hora do arame, imaginem um iniciante. E o maior medo de quem tá começando aconteceu comigo: na hora que enverguei o galho ele se partiu na minha mão, porém o galho não se separou por completo, apenas o cerne tinha se rompido, a casca ainda se manteve intacta em um dos lados, sabendo que é na casca que a alimentação da planta acontece imediatamente, voltei o galho pro lugar e encapei a área quebrada. Para minha alegria a parte posterior à quebra nada sentiu e continuou o crescimento como se nada tivesse acontecido.

          Se são com os erros que se aprende, após essa esperiência com a duranta resolvi fazer algo super arriscado com esse buxinho.
          A frente que desejo para essa planta é a que possui o grande uro, quero que ela nos remeta às florestas sombrias dos desenhos animados, em que as árvores adquiriam vida para amedrontar os personagens que passavam por perto. Contudo, justamente essa frente possui um galho forte e importante que se direciona pra frente, ao invés de ir para o lado. Eu precisava que ele estivesse ali, mas indo para a esquerda, como a madeira do buxinho, se torna bem dura quando velha, resolvi partí-lo com muito cuidado para manter a casca intacta assim como na duranta, e redirecionar seu crescimento. E assim foi feito!!
Vejam as fotos!!
Percebam que só após a ruptura consegui direcionar o galho para o lado, esse processo foi feito antes da brotação. Na foto a planta já apresenta brotação nova amadurecendo
Percebam que ele já é um ramo segundário de um galho que era principal antes da poda. A cicatriz  que  vai ficar, será  desbastada e fechada. 
Após total amadurecimento das novas brotações, farei um aramamento de refinação nos ramos e encurtarei os dois  primeiros galhos. Houve bastante brotação no início do galho, além da presença de algumas gemas que começam a inchar.
           Como sempre, fiquem à vontade para comentar!!
Forte abraço,

Leonardo Couto

Ferramenta para madeira morta

Olá amigos!!

          Hoje não trago nenhum bonsai, mas uma ferramenta muito útil para nós amantes que começamos a nos aprofundar um pouco mais nessa arte.
          Conforme a gente vai se informando, conforme plantas mais brutas vão aparecendo, e conforme a vontade em ter na coleção algo mais expressivo, com sinais evidentes da longa idade vai surgindo, precisamos buscar novos horizontes e novas formas de trabalhas nossas plantas.
E o sinal claro de envelhecimento que falo aqui é a madeira morta.
          Conhecida como jin ou shari, esse trabalho de madeira morta através de galhos secos, fendas, uros ou lapidações artísticas, consiste numa técnica de trabalho no cerne da árvore, que é a parte interna do tronco - basicamente, o caule de uma árvore se divide em duas camadas mais vísiveis - a veia viva, ou casca do tronco que é por onde a planta se alimenta através dos fluxos de seiva no floema e xilema e a madeira propriamente dita, o cerne. (Lembrando que um tronco tem inúmeras camadas, mas as mais vísiveis e de uso prático pra nós são basicamente estas)
          Na natureza esse trabalho da madeira morta ou exposta através de jins, sharis e uros levam de décadas a centenas de anos para se formarem, por isso são tão valorizados no bonsai como característica de longevidade da planta.
          No bonsai utilizamos formões, estiletes, faquinhas e o que estiver à mão que seja afiado para fazer esse trabalho, já usei um bisturi como mostra o post gabiroba.
          Porém cada planta uma necessidade, e a bougainvillea já postado aqui, precisa de uma ferramenta mais eficaz para o trabalho de ocar o grande tronco, e para isso adquiri uma microretífica para fazer o trabalho.
          Confesso que ainda vou fazer algumas tentativas em tábuas de madeira para aprender a usar a máquina, mas não me pareceu difícil o manuseio em primeiro contato.
Seguem aqui as fotos da ferramenta, não é nenhuma Brastemp, mas atende às minhas necessidades.
  
          Comprei a microretifica + kit com 70 ferramentas por R$ 128,00. As peças vão desde de escarificação de madeira até corte de alumínio, polimento, lixamento, gravação em vidro entre outras funções, achei bem completa e acessível.
          Antes do fim do inverno pretendo fazer o trabalho na bougainvillea, e todo processo será postado aqui nesse meu diário de bonsai.
Forte abraço,


Leonardo Couto

10 de maio de 2011

Última aquisição: Shimpaku para shohin

          Finalmente perdi o medo e comprei um bonsai pela internet, já havia comprado pela Ideal Bonsai algumas literaturas e gostei de sua estrutura, dessa vez arrisquei no bonsai, e não me arrependi. Recebo sempre suas newsletter e havia algumas promoções.
          Mas, como seguro morreu de velhice, resolvi pegar algo bem baratinho de início. Esse shimpaku saiu por R$ 39,90 (19,90 a planta + 20,00 de frete). Foi quase uma semana na espera, pois, a loja física fica em outro estado, fiquei bem preocupado com a situação em que a planta se encontraria quando chegasse a mim, mas confesso que me surpreendi, muito bem embalada, o musgo asfagno  que cobria o substrato ainda encharcado, a planta só estava um pouco solta do torrão, meio bamba. 
          Por ser uma planta bem novinha, (2,5 anos) e com porte pequeno, quero usá-la em um shohin. Vi em inúmeros sites plantas assim serem transformadas em verdadeiras jóias. Fiz alguns desenhos - bem amadores diga-se de passagem - para ilustrar algumas possibilidades para a planta.
Eles se encontram dispostos por ordem de preferência.

1º Lugar
Sendo estilizada assim, a massa verde será um pouco mais compacta e a veia viva receberá uma curvatura um pouco pra baixo para não ficar tão reta com a cauda de uma estrela cadente de desenho. A madeira morta, me mostra bastante elegância
2º Lugar
Assim me pareceu algo bem selvagem, gosto muito assim também
3º Lugar

Agrada-me muito também, devido a referência aos abetos, com galhos bem pronunciados para baixo
Recebi a planta assim, e registrei para postar por aqui!!
Seguem as fotos!!

 
 
 
 
 
 
   
Como sempre, estejam livres para comentar!!
Forte Abraço,

Leonardo Couto

2 de maio de 2011

Zimbro em Fukinagashi

          Na postagem de hoje temos esse juníperus sinenses, zimbro chinês, shimpku ou kaisuca!! São tantos os nomes, que é bom citar os mais comuns para não haver confusão!!
Essa planta começou com um problema muito comum na espécie: amarelamento das agulhas.
Isso é diagnosticado facilmente, as agulhas começam a ficar com aspecto marrom e vão se esfarelando.
Existem duas formas de analisarmos se a planta ainda está viva: vendo se a ponta de suas agulhas apresenta brotação - se está com verde vivo -  assim como na axila interior dos ramos e galhos se existe alguma brotação. Para minha felicidade, a árvore apresenta os dois tipos de brotação. Outra forma, é algo extremamente minucioso, a análise das raízes.
          Muitos irão me criticar, pois, se a planta apresenta algum problema de saúde, não devemos mexer no sistema radicular. Mas, muitas das vezes o problema está no sustrato da planta, por isso é preciso esse processo cirúrgico. Assim que percebi que a planta apresentava brotação, resolvi fazer o transplante.
Nesse ponto, faço uma ressalva: é importante analisar bem as agulhas, quando a planta está viva, as agulhas apresentam um verde opaco, amarelado, apenas viçoso na ponta do broto, já quando a planta morreu de fato, ela simplesmente seca, passando do verde ao marrom em questão de dias, sei disso por experiência própria.
          Chegando às raízes, como já imaginava, encontrei um substrato extremamente argiloso e compactado, o que é um grande problema para as raízes das coníferas, que preferem solo arenoso e com boa drenagem. Contudo para minha surpresa, a planta apresentava uma massa radicular em excelente estado, uma ótima quantidade de raiz fina.

Como perceber se a raiz realmente está saudável??
          Em outra experiência com juníperus, quando meu mestre Namizo e eu, depois de analisar as agulhas e perceber que a planta estava viva, fomos verificar às raízes e vimos que grande parte se apresentava escura, quebradiça, apodrecida e sem capilares, e assim, com mínimo esforço, elas se desfacelavam nas mãos, arrebentavam igualzinho fio de cabelo. Quando a raiz é saudável, ela é viçosa, apresenta grande número de capilares e tem cor suave, além de apresentar maior resistência quando arrebentada.

          Infelizmente, não tinha em mãos um vaso apropriado para a espécie, que pede vasos escuros, o único que seria compatível com a árvore era esse claro escurecido pelo tempo!!
          Para o estilo, segui o caminho que a planta me conduziu e optei pelo fukinagashi. Cada galho e ramo foi aramado e direcionado com a intenção de passar o sentimento de fustigação pelo vento, criei alguns jins intercalados com os galhos vivos e um ten-jin - todos ainda serão mais trabalhados e refinados - por hora, apliquei a calda sulfocálcica na madeira morta e começei um shari que pretendo seguir até o ten-jin.
          A pedra que foi posicionada abaixo do primeiro galho com a função de segurar as raízes no solo, como se fosse uma rede, tendo em vista a nova posição da planta, assim como suas raízes muito finas correrem o risco de ser danificadas se fossem presas com arames, assim sendo, encobri as raízes e posicionei de leve a pedra, recobrindo com mais uma camada de sustrato.
          O sustrato é uma mistura de areia média, predriscos, caco cerâmico, areia pra gato, casca de pinus e terra vegetal, todos com granulometria parecida.
          O que mais me deixou feliz nessa planta foi a sensação que consegui fazer ela passar, para mim, ela realmente passa uma história de sobrevivência aos fustigantes ventos de uma ravina.

Vamos às fotos!!!
Detalhe da mariposa que pousou na hora da foto e posou também.
Acho que ficou mesmo uma árvore, já vieram até passar a noite...
Close-up na mariposa e na ponta das agulhas em verde claro de brotação nova

Então é isso, comentem!!
Forte abraço,

Leonardo Couto