28 de abril de 2012

Shimpaku descendo a montanha

          Acho que dá pra ver que tenho uma queda por shimpaku, literalmente, hoje, vamos falar de mais um shimpaku e também é em cascata, um estilo lindo que mostra as árvores que crescem nas montanhas, fazendo com que seus galhos desçam à procura de melhores condições de desenvolvimento.
          Foi mais uma planta que deu trabalho no momento de definição do estilo, galhos retos, praticamente saindo do mesmo ponto em direções diferentes.
          Estudando as possibilidades da planta achei uma que poderia dar algo com personalidade, mesmo para o pequeno tamanho. Girei, inclinei e decidi pelo cascata, um estilo que muito me agrada, e ao que parece, seguindo o que meu mestre Namizo me ensinou, é o que a planta me mostrou ter condições.
          Em breve vou reposicioná-la em novo vaso de treinamento, em escorredor/mamadeira para engordar e adquirir aspecto mais maduro.
          Agora é compactar e destacar os patamares verdes. Acho que no futuro essa vai ser uma cascata shohin muito interessante!
          Vamos às fotos!!
Atual frente
Vista Lateral
Vista Traseira
Destaque para a planta
Destaque do tronco
Abaixo, planta antes da estilização
          Espero que tenham curtido e que acreditem nas plantas de porte menor. Como vi no blog de um grande mestre, "Bonsai não é feito apenas com poderosos troncos"
         Vamos dar tempo ao tempo e trabalhar cada detalhe da planta!!!
Abraços a todos,

Leonardo Couto

21 de abril de 2012

Paisagismo Sustentável - Gaiola Verde

          Galera do bonsai, confiram lá no blog de paisagismo mais essa ideia sustentável e que orna super bem qualquer ambiente externo!!!
Ideia e composição minha!!
Segue link com mais fotos e outras opções para uma gaiola assim → Gaiola Verde
Abraços a todos,
Leonardo Couto

20 de abril de 2012

Atualização - Buxinho Yamadori estilização

           Vamos a mais uma atualização, e dessa vez é o buxinho de yamadori aliás, minha única planta proveniente de yamadori.
           Para dar aquela refrescada na memória, vamos a um pequeno flashback, clique aqui e relembre da planta.
           Essa foi mais uma planta desafiadora pra mim, primeiro pela idade, uma planta já mais velha que precisa de mais atenção, segundo pelo tamanho, galhos difícies de dobrar, pelo menos para um iniciante e inexperiente, e terceiro pela própria forma estrutural da planta, tronco reto, sem expressão e movimento, galhos em localizações impróprias e lenta brotação e backbudding.
          Mas feito o plantio, e após recuperação da planta, com pouca, mas frequente adubação, a planta respondeu bem, brotou com vigor e consegui dar uma leve compactada em sua ramagem.
          Quando clicaram lá em cima para relembrar da planta, vocês puderam ver que eu tinha três possíveis e distintos projetos para essa planta, e um que era o meu preferido, abaixo segue o rabisco escolhido do que eu pensei para o futuro da planta.
          Essa foto foi retirada no dia da recolha, mantive o máximo da terra, isso foi no inverno de 2009. E ainda não pensava em tirar foto da planta sozinha, para ver o estado bruto, mas dá para ter uma noção do emaranhado de galhos...
          Passada a recuperação, vimos que a planta respondeu bem ao novo ambiente e começou a substituir as folhas velhas e opacas de outrora, mas ainda sim, um desafio: o que fazer para dar um aspecto natural e selvagem à planta?!?!

Primeiro passo - Mudança no ângulo de plantio

          Quando ma hora do reenvase, vi que realmente a planta tinha desenvolvido um sistema radicular fino abundante e saudável. Pude fazer a substituição quase total do antigo torrão, e assim, pude também fazer mais poda de raizes grossas e encaixar a planta em sua nova posição, mas ainda no mesmo vaso, com bastante espaço para novo desenvolvimento.
          Em baixo na sua nova posição, e já passados alguns meses, mas ainda sem estilo nenhum, apenas com alguns fios de tração e uma aramação local para facilitar o trabalho futuro. Como esperado, a planta respondeu muito bem, brotou com vigor e suas folhas agora, todas renovadas, são de um verde muito mais saudável e sem a fuligem que havia antes. E chegou o dia de estilizar a planta!!
Vamos às fotos!!!         
          Em seu novo estilo, ela vai precisar mais uma vez alterar sua posição, mas isso fica para daqui uns dois anos no próximo trabalho, quando pretendo já colocá-la em um vaso final, ainda não pensado (aceito sugestões, talvez um redondo tipo os clássicos para juníperus).
Como gosto bastante do estilo das coníferas, deixei dois grandes ten-jins ramificados o que dá o aspecto selvagem à àrvore.
          Ele é um misto de shakan, com sokan, e pretendo ainda compactar mais sua estrutura, aumentar um pouco a massa verde, mas isso vai ser rápido, com adubação orgânica e nitrogênio + podas regulares, ele se ramifica e se compacta num instante.
          Espero que tenham curtido a evolução desse bonsai, fico aguardando sugestões de vasos aí em baixo nos comentários!!!

Abraços a todos,
Leonardo Couto

16 de abril de 2012

Um shimpaku e suas lições

          Sabe quando você olha uma planta e pensa: Que sorte, uma planta já pronta, vai ser fácil!!
          Então, com essa foi bem assim, olhei e vi uma planta com potencial legal para um shohin, e algo à altura de um iniciante. Mas não foi bem assim que aconteceu. Conforme fui fazendo a poda de limpeza e seleção de ramos, fui percebendo que não seria assim tão fácil. 
          Após retirar ramos cruzados, no mesmo ponto, secos, grossos e muito fortes percebi um movimento de tronco peculiar, tive que pensar muito, e depois pensar de novo em uma forma a seguir com o futuro bonsai para não ficar algo grotesco ou artificial e parecer minimamente credível.
          Bom, vamos às fotos e ver como a planta foi se modificando, e com elas vou passando mais algumas informações!!
          Na primeira foto, alguns minutos antes da limpeza, podemos ver o que parecia ser uma estrutura fácil de se conduzir, mas após as podas, na segunda foto o que vemos é algo muito artificial, um movimento de tronco com uma curva muito acentuada no meio do tronco, o que dificulta a escolha do estilo, pois o 1º terço do tronco é reto e o topo também cresce reto na diagonal, ou seja, que caminho, que estilo seguir com a planta?!?!
          A cima a planta hoje, antes da estilização. Pensei bastante e busquei na internet imagens que pudessem me inspirar, foi quando achei esse bonsai abaixo, que assim como o meu, possui uma curvatura de tronco muito peculiar e que exigiu um estudo mais detalhado para criar algo o mais natural possível, segue a foto:
Fonte imagem: http://www.sidiao.com/2007_e.htm
          E a partir da imagem a cima, tive mais um aprendizado - nunca subestime uma planta, assim como nunca busque formas pré concebidas, siga o coração, perceba a essência da planta e busque o que combina com ela, tente vislumbrar como ela seria em um futuro distante na natureza. 
         Assim o fiz, e cheguei a um resultado compatível com a planta, sem alterar sua história e que acredito que anos a frente, ela seria assim na natureza. Gostei bastante do resultado. 
         São com os maiores desafios que vem as maiores satisfações...
         Confiram!!!
        E para conferir aspecto mais selvagem à árvore, comecei um shari como se um raio tivesse acertado a planta e aberto seu tronco ao meio quase a dividindo. Aos poucos vou refinar a brotação assim como as madeiras expostas no jin e shari.
          Essa foi uma planta que mesmo simples aos olhos dos grandes mestres me trouxe bastante conhecimento e técnica. 

Abraços a todos,
Leonardo Couto

15 de abril de 2012

Atualização - reenvase Buxinho Sombrio e refinamento

          Seguindo o ritmo que Abril está, trago hoje mais uma atualização, dessa fez o reenvase do Buxinho Sombrio e refinamento de sua estrutura.
          Para lembrar da planta, ela já apareceu aqui assim que envasada pelo seu Namizo em 2009, depois em Maio de 2011 e semanas depois em Junho de 2011 quando começei a definir seu estilo.
          O buxinho é uma planta de crescimento lendo como já falado anteriormente, mas através das fotos podemos ver como este tem evoluído e se compactado ao longo do tempo, então vamos logo às fotos?!?!
          Aqui a planta no dia do envase nesse primeiro vaso bonsai, antes ele estava isolado no horto por não servir para topiaria em um daqueles potes de plástico preto. Infelizmente não tenho fotos de quando o comprei pois não tinha o hábito ainda de fotografar as plantas, mas ele tinha muitos galhos secos, era uma confusão de ramos com brotações nas pontas buscando o sol.
          Alguns meses depois a planta já apresentou grande melhora, começou a brotar e melhorar a massa verde. O galho verticalizado que antes havia sido mantido para ajudar na recuperação da planta que seria retirado no futuro, fez o favor de secar, e dele fiz um pequeno jin como visto na postagem de Junho2011
          Depois de recuperada, com brotação boa, resolvi fazer a primeira aramação da planta, e também a minha. Foi também a primeira definição do estilo e vislumbre da semelhança com os Ents e a Floresta de Fangorn na Terra Média, uma viagem ao mundo sombrio do Senhor dos Anéis, um clássico para mim.

          E agora, em Abril de 2012, após encomendar um vaso especial para ela com o meu ceramista de plantão Sami Kozan, chegou a hora de reenvase, ver a saúde das raízes e se a escolha do tamanho do vaso foi adequada. 
          A planta apresentou um bom desenvolvimento ao longo do tempo, mantive adubação orgânica, não apresentou nenhuma praga, mostra ótima saúde nas folhas e no raizame (abaixo a enorme quantidade de raízes finas muito diferente de 2009 quando ainda estava no pote preto plantada em barro compactado) e fez uma ótima compactação realizando backbudding através das podas nas ponteiras aumentando bastante a ramificação.
          E o tamanho do vaso foi ideal para mais um período de desenvolvimento, treino, refinamento da planta. As raízes estavam ótimas, o crescimento foi bem horizontalizado e ainda sobreou espaço para novo crecimento para as áreas que ainda precisam se desenvolver melhor.
          Depois de presa ao vaso, fiz a tração e arrumei alguns ramos mais novos, além de podar as ponteiras para mais compactação/brotação.
          No nebari, dei mais uma limpada e consegui retirar mais um pouco do antigo torrão, ainda não foi a hora de deixá-lo em maior evidência devido à ramificação secundária que ainda está se formando no substrato, mas creio que no próximo envase já seja possível ver a beleza de nebari que vem se desenvolvendo, radial e ramificado.
          O buxinho em seus diferentes ângulos, e claro, o último e meu preferido a frente com seu grande uro e sua aparência sombria, entesca e fangorniana... rsrs 
          O visualmente 'pesado' 1º ramo da esquerda, tem sido mantido e fortalecido com crescimento livre + poda para que no futuro possa parecer uma grande mão na direção do observador, onde as pontas das ramificações desse galho serão transformadas em jin e a massa verde bem próxima ao tronco. É quase um convite de entrada à Terra Média. E viva a imaginação fértil e a criatividade!!!



          Espero que tenham curtido o desenvolvimento da planta, e claro o meu também que vou cada vez mais me apaixonando por essa arte!!
          Agradeço ao Sami pelo belíssimo vaso feito do jeito que pedi!!

Abraços a todos,
Leonardo Couto


14 de abril de 2012

Jabuticaba - meu 1º bonsai

          Essa semana fiz mais uma planta, essa é das antigas e aprendi muito com ela a como ter paciência, como observar e ver o tempo que a planta leva para se desenvolver, foi nela que dei as primeiras e tímidas podas de ramos, raminhos diga-se de passagem, quando ela ainda era um jovem 'mausai'... rsrs (uma brincadeirainha brasileira para plantas de gardens)
          Ela tem um valor sentimental duplo, que além de ter sido a primeira planta, foi-me dada por alguém muito especial em uma data especial.
          Eu já apresentei essa planta em outra oportunidade bem aqui.
          Bom, chega de conversa e vamos às fotos!!
 
           Ao longo do tempo ela se desenvolveu bastante, acho que legou muito tempo para chegar até onde está, mas tem sido um bom exercício de paciência.
          Inicialmente tinha pensado em uma semi cascata para seu futuro, mas como seu tronco não tem nada de especial como requer o estilo e é uma espécie que dificilmente se encontra nessa forma, resolvi parti para um shakan, algo inédito em minha humilde coleção.
          Como a jabuticaba tem crescimento lendo, usei da técnica deixar crescer e podar para dar um mínimo de maturidade às ramificações. Agora chegou a hora de começar a refinar seu estilo.
          Quero uma árvore esbelta, esguia, elegante, no estilo das jabuticabeiras que vejo por aqui, muitas das vezes colunares, e para isso, fiz essa poda de seleção e reconstrução para começar a ramificar a árvore e aos poucos adquirir naturalidade. Deixei bastante galho para no futuro ter uma copa bem densa e que na frutificação haja abundância de galhos para e se torne atraente. Ela ainda não frutifica pois é muito nova e nem é híbrida, por isso, frutas só bem lá na frente, mas em contra partida, ela já começa a apresentar algo bem característico da espécie, o descascar do tronco, um espetáculo muito atraente e que mais uma vez justifica a altura da planta.
          Acredito que no final ela fique em torno de 20 a 25cm no máximo, e como a variação dela é da jabuticaba pequena, de folhas e frutos pequenos, terei um shohin bem harmonioso.

          É isso, espero que tenham curtido principalmente pelo valor sentimental que ela possui e também que, nós iniciantes, podemos começar com plantas humildes, trabalhar em cima dela e crescermos juntos, sem as vaidades que infelizmente costumamos ver por aí...

Grande abraço a todos,
Leonardo Couto