26 de maio de 2010

Gabiroba – Nativa do cerrado que vem perfumar minha coleção

Essa planta é muito interessante. No dia em que a adquiri, não foi em uma das melhores circunstâncias, foi na volta de um velório, mas enfim, algo tinha que agradar aquela tarde...
Bom, o fato é que no horto onde a comprei fiquei em dúvida entre duas cerejas anãs bem vigorosas e formando ambas um sombreiro bacana com seus troncos em torno de 5 a 7 cm. Havia outra planta cujo nome nem o funcionário do horto soube me dizer, mas se tratava de algo medicinal com raízes expostas lindíssimas, mas que fiquei receoso por não saber de qual planta se tratava, suas propriedades e que cuidados eu deveria tomar. Contudo quando desisti das cerejas devido ao valor fora da realidade da planta, vi essa árvore exótica no canto e fui me informar sobre ela. O funcionário do horto, um senhor nordestino muito simpático, me disse se tratar de uma gabiroba, uma árvore muito perfumada e que na terra dele tinha aos montes. Oriunda de uma área exótica, o cerrado brasileiro, a gabiroba possui folhas de um verde claro brilhante, flores pequenas e delicadas em tons do branco ao marfim e alto verão fica carregada de uma frutinha amarela e doce, mas que possui um azedinho muito apreciado na elaboração de licores artesanais, além de ser rica em vitamina C.
A gabiroba é da mesma família das jabuticabas e goiabas, possui propriedades medicinais (confira mais dados em http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/gabiroba/gabiroba.php) e apresenta grande grau de rusticidade, seu tronco possui uma casca embora sensível, que confere aspecto de idade avançada à árvore, é também muito resistente e tolera períodos de seca sem sérias conseqüências, essa é aquela espécie que um desatento à assiduidade das regas pode ter numa boa.
Voltando ao tópico bonsai, essa árvore apresenta alguns problemas, mas pelo que pensei para seu futuro, ela possui casca e movimento de tronco muito bacana para o estilo do desenho a cima.
De início percebi que embora seja uma planta resistente, sua madeira é sensível e se parte com certa facilidade, pelo menos as mais novas. Assim sendo, resolvi fazer um jin nela para envelhecer a planta, já que seu tronco ainda é um pouco fino e torná-la mais condizente com a região de onde vem, em que as árvores são reduzidas e possuem galhos secos naturalmente. Para efetuar esse jin, como ainda sou um iniciante e não possuo ferramentas mais próprias utilizei-me de um bisturi para fazê-lo, foi um trabalho demorado e meticuloso, além de dolorido devido ao pequeno corte que causei ao meu polegar, mas no final foi extremamente gratificante e me trouxe muito prazer e felicidade. Ainda pretendo dar mais uma refinada nele, uma lixada e estará pronto.
O próximo passo que pretendo é o reenvase, o vaso em que ela está além de muito deteriorado, possui o substrato todo cavado e com certeza já não há nenhum nutriente naquela terra. Assim que o fizer trago a atualização aqui para o meu diário de bonsai, e vamos às fotos!!
Espero que apreciem e estejam livres para comentar, criticar e sugerir!!!

Ah, e por favor não reparem no desenho, foi o primeiro que fiz, minha estréia no desenho também!! rsrs






Tamanho do bisturi que utilizei no Jin


11 de maio de 2010

O patinho feio que se transforma em cisne

Nesse post vamos ver a minha caliandra vermelha. Caliandra, ou esponjinha é uma planta super recomendada para iniciantes como eu, pois tem um excelente crescimento é super resistente e exige poucos cuidados, exceto sol e rega, uma premissa quando desejamos nos enveredar pelo mundo bonsai. Ela ainda nos presenteia com flores quase o ano todo.
Essa minha caliandra tem uma história semelhante a do patinho feio. Eu a adquiri no horto do seu Namizo, e tanto ele, quanto sua esposa, não deram muita importância para a muda, e não acretitaram que aquele “toco” fosse um dia ser um bonsai. No Horto Florestal Conquista há bonsai centenários que passaram de geração em geração, e uma mudinha de um centímetro de espessura não faz muito a cabeça de ninguém. Contudo nós que começamos na arte queremos transformar tudo em bonsai, pelo prazer de dizer: _” Eu a conduzi, a desenvolvi.”
E nesse embalo, peguei o patinho feio por apenas R$ 2,00, comprei um vaso de R$ 8,00, fiz um substrato bem forte e eis que um ano depois ela dobrou de tamanho. A brotação dela é tão intensa que começa da base do tronco até o ápice. Está repleta de brotação lateral, e para minha sorte todas intercaladas já de acordo com a estética bonsai.
Quando a comprei, acreditei no que ela poderia se transformar, e hoje vejo que essa possibilidade já começa a se esboçar. Por ser ainda muito nova ela não apresenta conicidade, isso vou ter que trabalhar ao longo do tempo, mas mesmo assim estou super feliz com ela e como esta se mostra forte e vigorosa.
Pretendo mexer nela assim que as flores sumirem, pois só nessa manhã, abriram quatro flores, e ainda tem mais um monte por vir.
Essa planta nos trouxe uma reflexão bem oportuna, nada está 100% perdido, ou sem chance de se realizar. Tudo pode acontecer, basta acreditar!! Também existe beleza na simplicidade!!
O universo bonsai é sábio e uma bela terapia!!
Seguem as fotos:


Em primeiro plano a flor prestes a abrir seguida de suas delicadas folhas
A mesma flor em uma vista mais abrangente
Uma de suas flores abertas em um vermelho vivo como que surgida de uma explosão

Ramo com quatro flores como se fossem pompons, daí comumente chamada de esponjinha


Em outro ângulo, o toque dessas flores é tão suave que o algodão e a seda perto delas se trona áspero



Vista frontal da planta. Ainda há muito o que se trabalhar, uma boa poda as aguarda